18 de janeiro de 2009

Tudo o que quero


Tudo o que quero sou eu! Não vou mais passar os limites dos meus defeitos, das minhas vontades, das minhas alegrias, pequenas. Não quero mais do que a minha loucura, angustia que dá conforto quando o resto desconheço.

Tudo o que quero sou eu! Eufórico de sentir, planar sobre o limite dos outros sem os conhecer, viajar de olhar perdido, brilhante, que ofusca o destino e me cega, reflecte e cega.

Tudo o que quero sou eu! Feliz de migalhas, com fome de gigante, insaciável até ao enjoo e além; que bem que sabe o que não sacia, que gosto me dá o enfartamento.

Tudo o que quero sou eu! Viciado na magia da procura, a ressacar do mesmo, tenho medo de encontrar; obcecado em disfarces de espelho, que nunca me veja o mesmo, imploro à pele que não se acomode a nenhuma das máscaras, que mantenha a cor pálida.

Tudo o que quero sou eu! Intenso, antes da ebulição, palpitante infundado, motivado pela velocidade, corro por mim, a meu favor e contra; desafio-me em desfavor dos desafios alheios, têm metas, acabam.

Tudo o que eu quero sou eu! Vago de prazer, calor morno de sol invernal, vago de paz, caminhante de praia sem espírito, inteligência ou pensamento; passo a passo sem descanso sem fadiga.

Tudo o que eu quero sou eu! Sem juízo, o do riso, aguçado e bobo, acusador de tiques, comentador de sons e crítico de moda, a demência da língua, observador de telas em branco pintadas por estes.

Tudo o que quero sou eu! Amante sôfrego, consumista, depravado na oferta, tímido na proposta, rameira de prazer suado, sem razão me dou e aí vou sem regresso.

Tudo o que quero sou eu! Não sei o que é longitude. Calcanhar no extremo e abnego o meio.

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