11 de fevereiro de 2009

Delírio

Beija-me a boca
Apetece-me o sabor do teu cuspo
Aquece a língua no meu hálito
Sê, só boca
Escorre-a nos meus lábios
Suga-me liquido, quente
gruda, sem ar
os lábios nos cantos e
os cantos nos lábios
Dança, como fole carnudo
Sem ritmo, escassos momentos
repente de quase união
Nem toque, nem carne
Nem húmido
Só ferve ar por entre arfar
Curto lance, enlace
Junta tudo mais meloso,
gasoso, guloso
Fica, perde a água toda





5 comentários:

  1. Soa a declaração de desejo ou... desejo de declaração, em semi-silêncio. (sorriso)
    Abraço... e Continua, a escrever, claro. (risos)

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  2. O texto foi dos mais profundos que escrevi, senti, mas as bocas são virtuais. Só olhei para elas como se tivesse no meio.
    Aplaudi o teu comentário, mesmo!
    Muito obrigado, está filosófico e poético ao mesmo tempo.
    Soa(som), desejo, semi-silêncio = beijo.
    Abraço

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  3. Bom texto. Li-o duas vezes! Acho que é extremamente apropriado para o dia de amanhã. Vou divulgar este canto às pessoas que precisam de aprender a beijar...ou que já estão esquecidas :) Bj

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